quinta-feira, 26 de maio de 2011

Boneca de papel... doce lembrança (e-mail para CRAW)

Claudia,

Eu brincava demais com boneca de papel... Nossa! Quanta saudade!

Esse seu e-mail me fez lembrar de algo que já não penso faz uns 40 anos... Meu Deus! Como eu fui uma criança feliz!

Na fazenda, as revistas chegavam fresquinhas todas as terças-feiras, quando meu avô ia na cidade. Eram MANCHETE, O CRUZEIRO, A CIGARRA, GRANDE HOTEL, CLAUDIA e MANEQUIM. Além das palavrinhas cruzadas (as minhas eram PICOLÉ).

Quando as revistas chegavam, as crianças não podiam nem pegar para não estragar. Primeiro, os adultos as folheavam e nós, as pequenas, ficávamos ao lado só sentindo aquele cheirinho gostoso de tinta de revista que recendia cada vez que uma página era virada.
 
Só na outra semana, quando a revista ficava "velha" é que minha tia nos permitia o deleite. Mas era um deleite controlado, pois alguns exemplares traziam "notícias muito importantes" que precisavam ser arquivadas pois faziam a história do nosso país.
 
Você acredita que eu ainda tenho guardada - impecável - a edição da Revista Manchete com a cobertura completa da inauguração de Brasília?!
 
Mas... vamos às bonecas de papel!
 
Pois eram nas páginas das revistas que nós posicionávamos a boneca sobre uma fotografia, geralmente de uma mulher muito bem vestida, e traçavamos um belo vestido para nossas bonecas, que não eram nossas filhas, e sim nós mesmas. Recortávamos cada página de revista com todo o esmero possível, para não desperdiçar nem um pedaçinho daquele colorido lindo. Me lembro de um anúncio das "colchas Madrigal", onde aparecia uma cama enorme, coberta pela colcha de chenille... e em cada edição, vinha uma cor... nossa! Era puro delírio. A minha boneca tinha diversos vestidos de chenile das "colchas Madrigal"!
 
Você não imagina quantos vestidos usados por Tonia Carrero, Eva Wilma, Sofia Loren, Elizabeth Taylor e outras celebridades, que num passe de mágica passaram a integrar o "meu" guarda-roupa... Afinal, eu era a boneca.
 
Recortávamos aqueles quartos lindos, as salas e as cozinhas divulgadas nas revistas e colávamos na parede (com cola feita de farinha de trigo com água) e imaginávamos ser a nossa casa. Usávamos cola feita com farinha de trigo e água quente, pois assim que terminávamos a brincadeira, tínhamos que desmanchar o rastro da sujeira. Vovó não admitia que sujássemos as paredes e sendo cola de farinha, bastava uma paninho com água e um pouquinho de sabão de côco que a parede ficava impecável novamente.
 
Puxa vida, Claudia!
 
Que delícia de lembrança esse seu e-mail me provocou.
 
MUITO OBRIGADA!!!
 
Com carinho,
 
Astrid

4 comentários:

  1. Que bom poder voltar a nossa infância querida.Também brinquei bastante com bonecas de papel.Vou aproveitar e imprimir para minha querida Thaís.Adorei seu blog!!!Fica com Deus.BJULU

    ResponderExcluir
  2. Que bom participar de algo tão bonito. Você escreve muito bem, dá vontade de ouvir mais historias mesmo! Mas quem logo percebeu isso na lista eu lembro bem, foi a Mary, dos gatos.

    Sucesso pra vc, estou seguindo!

    Beijo da
    CRAW

    ResponderExcluir
  3. lindo Blog!!! em comum uma infância feliz!!!
    boa sorte no seu blog e já estou te seguindo!!! bjks

    ResponderExcluir
  4. Adoreiiiiiiii continue nos oferecendo essas lembranças maravilhoasas ,mágicas

    ResponderExcluir